Na antiguidade já existia grandes cidades,
mas só com a revolução industrial que a sociedade realmente viu o enorme
crescimento urbano. Podemos dizer que a industrialização e urbanização nasceram
e caminham juntas. Com o progresso dos transportes as cidades se tornaram mais
independentes de seus arredores, o que gerou uma maior facilidade no transporte
de alimentos com distâncias maiores. Mas infelizmente a urbanização e
industrialização não geraram apenas aspectos positivos.
Um problema bastante relevante foi o
surgimento das “ilhas de calor”, que é conseqüência de um mau planejamento
urbano. Esse fenômeno se refere ao desequilíbrio da enorme concentração de ar
quente no centro das cidades. Isso atrapalha a evaporação, diminui a dispersão
dos poluentes atmosféricos. Um ótimo exemplo de uma região afetada pelo
fenômeno da “ilha de calor” é Nova York.
O fenômeno ocorre principalmente em
Manhattan, centro da cidade, onde forma a segunda maior aglomeração de edifícios
do planeta, constituindo as chamadas falésias urbanas. Onde segundo a geógrafa
Magda Lombardo já ocorreu em Nova York a diferença de 6 graus Celsius na mesma
hora e em diferentes lugares da cidade. Isso ocorre porque o nível de albedo do
concreto é alto e durante o dia reflete os raios solares. Já o asfalto possui
um nível de albedo baixo, contudo tem um enorme poder de absorção dos raios
solares. Em dias quentes a reflexão do calor esquenta o ar. Durante a noite o
asfalto irradia o calor que absorveu durante o dia possibilitando então o
surgimento da “ilha de calor”.
O aumento do calor na cidade altera a circulação
dos ventos, a umidade relativa do ar e as chuvas. O asfalto e o concreto
facilitam a evaporação rápida da água da chuva que está no solo reduzindo assim
o resfriamento. A poluição gerada pelos veículos e pelas indústrias aumenta a
quantidade de nuvens, ou seja, da chuva, porque a fuligem e a poeira facilitam
a condensação do vapor de água da atmosfera. Essa mudança é provocada devido à
substituição de materiais naturais pelos urbanos.
Alem de aumentar a temperatura, o fenômeno
também aumenta a precipitação convectiva sobre a área urbana, agravam as ondas
de calor e consequentemente aumenta a mortalidade de doentes mentais ou de
mobilidade e idosos.
Algumas medidas podem ser tomadas para evitar
a formação das ilhas, como por exemplo, plantar uma grande quantidade de
árvores nas grandes cidades, preservar áreas verdes, criar parques, diminuir a
poluição do ar controlando a emissão de gases poluentes pelos veículos e
emitidos por indústrias.
Uma ótima forma de incentivo para telhados
verdes que o governo do estado de Nova York está propondo é pagar cerca de
U$4,50 por pé quadrado para os proprietários que construírem telhados verdes em
pelo menos 50% de suas coberturas até 2011. O governo também propõe dar um
desconto nos impostos de propriedade urbana (equivalente ao IPTU no Brasil) até
US$62.500 anuais até o fim deste ano. Entre 2011 e o final de 2012 o desconto
diminuirá. Pela evapo-transpiração auxilia no resfriamento de centros urbanos.
A continuidade dos ecos telhados na cidade influi muito significativamente para
o conforto ambiental das áreas mais urbanizadas, ajudando a reduzir a
formação de ilhas de calor.
Nova York atualmente está tentando reverter o
fenômeno da ilha de calor com incentivos. Mas vale lembrar que as ilhas de
calor em si não são responsáveis pelo aquecimento global, pois cobre uma
pequena área da superfície da terra. Porem mais da metade da população mundial
vive em cidades e a tendência é aumentar cada vez mais. Com a alta taxa de
urbanização o número de pessoas que serão expostas a impactos resultantes da
ilha de calor no futuro é enorme, existindo assim, ligação urbana a nível
mundial. É necessário então tentar combater pequenos fenômenos desde o inicio
para que no futuro eles não se tornem uma catástrofe preocupante e
incontrolável.
Ensaio Crítico realizando por Maria Natália (eu) para a disciplina de CuCA [1º Período/2010] na UFG.
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