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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

CIDADE IDEAL NA CONCEPÇÃO DA REALIDADE - [ENSAIO CRÍTICO CuCA 2]



Dentre os vários projetos com base na idéia de cidade ideal, no Renascimento, apenas Palmanova (1593), projetada por Scamozzi, foi construída. É um plano de fortaleza e estrutura, planejada para proteger contra os ataques dos otomanos na Boênia, inspirada nos tratados teóricos do século XV, que devia sempre que possível projetar as cidades a partir do círculo, do quadrado ou de um polígono regular, destacando o ponto central ocupado pela sede do poder e pela praça.

Dando ênfase para sua complexa geometria (estrela de nove pontas), com traçado regular, tendo suas principais ruas partindo de uma grande praça central, dando uma ideia de rede geométrica, conceito altamente referente ao ideal renascentista, que também englobava como fortes traços: centralidade, homogeneidade, geometria, ideal de forma e perspectiva. Palmanova conseguiu chegar até os dias atuais conservando seu traçado original, seu contorno fortificado e seus principais edifícios, sem que tais elementos tenham sido descaracterizados por desenvolvimentos posteriores.

A cidade ideal nascia e existia como obra de arte, o que contrapõe com a cidade real que mostra as dificuldades do fazer a arte e os traços contraditórios do mundo em que se faz. A cidade é um modelo de progresso, a cidade ideal vai muito além disso, é um módulo que pode se pode modificar, sem mudar sua substância. Isso gera o pensamento de algo imutável. Mas na realidade a cidade deixa de ser imutável e passa a ser algo com constantes mudanças no decorrer da sua evolução.

A cidade ideal é tão surreal que é impossível de atender a todos os seus conceitos. Palmanova, por exemplo, foi projetada para ser habitada por comerciantes, artesãos e agricultores, mas apesar das condições maravilhosas e disposição elegante ninguém escolheu mudar para lá e com isso Veneza fez uma liquidação forçada desse magnífico espaço planejado, perdoando criminosos e dando incentivos para as instalações na cidade. Hoje, é visitada apenas por curiosidades.

O ideal é tão organizado que foge dos parâmetros do ser humano. O crescimento descontrolado de uma cidade é imprevisível no projeto urbanístico da mesma. Isso nos remete a ideia de que o ideal é algo parado no tempo, e o real já é baseado no progresso, no desenvolvimento que acontece dia apos dia. Com base nisso é impossível ter uma cidade completamente ideal, mas não só é viável, como acontece atualmente, a existência de cidades ideais que se inserem dentro da cidade real.

A humanidade pode evoluir, mas a cidade real nunca deixará de existir, para dar lugar a ideal. Isso está intrínseco na humanidade.



Referências Bibliográficas:
BRANDÃO, Carlos Antônio. A formação do homem moderno vista através da arquitetura, 1991.
ARGAN, Giulio Carlo. História da arte como história da cidade, 1998.

Ensaio Crítico realizando por Maria Natália (eu) para a disciplina de CuCA [1º Período/2010] na UFG.

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